Um carroceiro ganha o dobro dos trabalhadores de galpões de reciclagem
A renda superior é o principal entrave que vereadores e a prefeitura da Capital precisam superar para emplacar o projeto de lei que prevê a retirada de circulação dos veículos de tração animal, num prazo de oito anos. Envolta em polêmica, a proposta, que não chegou a ser votada por falta de quórum na quinta-feira, volta a ser discutida na tarde de hoje, na Câmara Municipal.
Opresidente da Associação dos Carroceiros da Grande Porto Alegre (Ascarpoa), Teófilo Motta Júnior, aponta que o catador ganha em média entre R$ 800 e R$ 900 por mês, valor que não conseguiria atingir se tivesse de trabalhar nas unidades de reciclagem.
- Na triagem, não passa de R$ 450. Não podemos concordar com um projeto que quer acabar com o nosso sustento - reclama.
O autor do projeto, vereador Sebastião Melo (PMDB), aponta que, das 200 toneladas diárias de material recolhido na Capital, metade vai para as mãos dos 8 mil carroceiros. A proposta, que estabelece os locais onde os veículos poderão transitar, encaminha para a prefeitura a criação de políticas para criar mercado de trabalho às pessoas que perderão o seu sustento.
- A exclusão social é clara, mas não podemos deixar a cidade sem regras e virar um pandemônio. Temos o desafio de regular o lixo, melhorar o trânsito e resolver a questão deles. A responsabilidade é do Executivo - indicou.
- Porto Alegre só tem esse número de carroceiros porque há mais de 15 anos tem coleta seletiva. O material já vem pronto, não precisa abrir lixo.
Segunda tentativa
- Prevista para ser votada quinta-feira, a discussão sobre extinção gradativa das carroças não foi concluída, por falta de quórum. Representantes dos carroceiros e de entidades de defesa dos animais lotaram a Câmara (acima)
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