quarta-feira, 23 de abril de 2003

Afonso Ritter - As carroças da capital

A partir de maio, nenhuma carroça circulará no centro de Porto Alegre entre as 6h da manhã e as 8h da noite, enquanto nas avenidas radiais a proibição é para as horas de pique, entre as 7 e 9h da manhã e entre as 5h30min e 7h30min da tarde, anunciou ontem o novo secretário municipal dos Transportes e presidente da EPTC, Túlio Zamin, ex-presidente do Banrisul e da Carris.

A carroça, que for flagrada nestes locais e horários, será retirada de circulação e pagará multa de R$ 10. Se for reincidente, seu dono vai perdê-la. Ressalvando que o problema não é só de trânsito, mas também social, ele informou que, após sucessivas reuniões de esclarecimento com os interessados, a empresa começará a executar o plano. As normas são para harmonizar o convívio das carroças com a sociedade, como acontece com os demais veículos.

As carroças já são 4.200 - Porto Alegre já tem hoje em torno de 4.200 carroças, incluídas as com tração animal e humana. Cada uma custa entre R$ 2.500 a R$ 3 mil com o cavalo e é paga em dez prestações. Seu custo de manutenção gira em torno de R$ 500,00 mensais, além do sustento da família. Portanto, seus donos não são miseráveis, pelo contrário, são microempresários, têm capacidade de gerar uma renda não desprezível. E há casos de forte intermediação. Proprietários com frotas de até 50 unidades.

Fepam atrasa construção - Construção civil gaúcha registrou no primeiro trimestre uma queda de 1,98% no emprego formal sobre igual período de 2002 e de 3,12% sobre o trimestre anterior, segundo o Sinduscon. Com isso, o estoque de emprego formal caiu para 65.601 trabalhadores em março último, contra 130.576 em março de 1988, encolhimento de 49,76%. Um dos fatores disso, segundo o Sinduscon, é a morosidade do processo de aprovação de projetos e licenças por parte dos organismos ambientais, como a Fepam, onde tramitam hoje mais de 20 mil projetos, alguns dos quais aguardam há mais de três anos por liberação.

A concessão de estradas - O presidente da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), maior concessionária de estradas do Brasil, Renato Alves Vale, falará na reunião-almoço hoje da Federasul sobre o futuro do modelo de concessões: resultados e perspectivas. O setor se prepara para a segunda fase do programa de concessões federais. O Governo Lula pretende dar continuidade ao processo, mas em bases diferentes das preparadas pela administração passada. Serão mais 2,58 mil quilômetros distribuídos em sete trechos. Hoje há dez mil quilômetros de estradas concedidas, 6,4% do total pavimentado no país.

Randon traz duas fábricas - A direção do grupo Randon confirmou ontem ao governador Germano Rigotto informação já veiculada sobre a transferência para o RS de duas plantas industriais e anunciou a inauguração, dia 7 de maio, da nova fábrica da Suspensys Sistemas Automotivos em Caxias do Sul. A nova fábrica é fruto de joint-venture com a norte-americana ArvinMeritor e vai tornar a Suspensys a segunda maior fabricante mundial de vigas de eixos para veículos.